segunda-feira, 26 de maio de 2008

Franklin Ramirez: 06


Ninguém melhor para vencer o desafio de escrever uma biografia de Che Guevara do que o mexicano Jorge Castañeda. Respaldado por sua larga experiência no estudo da esquerda latino-americana, ele seguiu as pegadas do revolucionário desde que este era apenas um garotinho até seu sacrifício final nas mãos do exército boliviano.


M: Muitos intelectuais latino-americanos, a começar pelo ex-ministro das Relações exteriores do México, Jorge Castaneda e também Carlos Fuentes, André Oppenheimer adotaram uma divisão dicotômica e maniqueísta das esquerdas nos governos latinos – uma esquerda má e uma esquerda boa – dependendo dos pontos de vista. O que acha desses critérios?


F: A tese das duas esquerdas surgiu em 2004, 2005. Castaneda foi o primeiro a tratar da questão. Para a boa esquerda, a esquerda racional, sempre segundo Castaneda, há uma visão de que a mudança tem que ser gradual, negociada através de canais institucionais. Nem sempre as mudanças são possíveis. Há uma visão mais austera e pragmática da política. Enquanto isso para a esquerda má e populista, as mudanças podem e devem ser radicais, totalizadoras, sem negociação, sem consenso e sem intermediação institucional.

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