sábado, 24 de maio de 2008

Picasso: fase pós-cubista



1925
Óleo sobre tela
215 x 142 cm
The Tate Gallery, Londres(Grã-Bretanha)
Uma tela nova e transgressora.
Por esta altura, Picasso já era internacionalmente famoso. O cubismo espalhara-se por todo o mundo ocidental e influenciava não só outros pintores como também escultores e até arquitetos.
Para ter uma idéia de como Picasso chegou nessa fase, é necessário ver dois quadros dele: A mãe e o filho e Os três músicos. O primeiro é uma volta à tradição clássica e o outro em que Picasso apresenta um estilo de papel cortado, que até primeira vista não sabemos se é pintura ou colagem.
Alguns anos mais tarde, os dois estilos paralelos iriam convergir em uma extraordinária síntese que desde então se tornou a base de sua arte. Esse quadro mostra essa faceta, pois, estruturalmente é puro cubismo de colagens, incluindo até imitações pintadas de determinados materiais - papel de parede com motivos e amostras de vários tecidos, cortados com tesoura de picotar. Mas as figuras, numa extraordinária e fantástica versão de um tema clássico(comparar com as dançarinas de A Alegria de Viver, de Matisse).
A sua identidade original já não interessa - peitos podem tornar-se olhos, os perfis fundir-se com vistas frontais, as sombras tornar-se substâncias ou vice-versa, em uma interminável sucessão de metamoforses.
"Trocadilhos visuais" proporcionam possibilidades inteiramente inesperadas de expressão - humorística, grotesca, macabra e até trágica).

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