segunda-feira, 14 de abril de 2008

O que estou lendo - parte I


Caio Prado Júnior.


Primeiro intelectual a utilizar as teorias marxistas no estudo da História Colonial do Brasil. Caio nasceu na cidade de São Paulo em 11 de fevereiro de 1907. Pertencia à aristocrática família Prado, de certa tradição na sociedade paulista, dona de riquezas e importante participação na economia local.(ligado a economia cafeeira).

Estudou Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde se formou em 1928.

Desde sua juventude teve importante participação na conjuntura política nacional; de tendência políticas contrárias ao velho Partido Republicano Paulista, que representava os interesses dos fazendeiros de café, que dominavam desde a proclamação de República o cenário político nacional. Como oposição a essa corrente, formou-se em 1926, o Partido Democrático, o jovem Caio Prado inscreveu-se nele logo no ano de sua fundação, e nele atuou intensamente.

Desiludido com o plano político do Partido Democrático e do novo governo, em 1931 tornou-se membro do Partido Comunista (o que marcaria sua carreira política daí por diante) e passou a trabalhar para a formação e organização de suas bases políticas junto ao proletariado.

Homem de negócios, fundou a Editora Brasiliense e a Gráfica Urupês. À primeira, fundada com Monteiro Lobato, em 1944(era ligado aos modernistas). Pela editora publicou de 1955 a 1964 a Revista Brasiliense, editada por vários intelectuais.

Caio candidatou-se à cátedra de Economia Política na Faculdade de Direito do Largo São Francisco – embora conhecesse bem o conservadorismo da USP, pois lá estudara e se formara -, escrevendo uma tese intitulada Diretrizes para uma Política Econômica Brasileira. Sabia que não seria aprovado em função de suas posições socialistas, opostas demais a uma instituição tão conservadora.

Quando tinha cerca de 18 anos e retornava de uma viagem que fizera sozinho ao Oriente Médio, desejou então conhecer o Brasil, viajando pelos estados interioranos. A visão que teve marcou-o profundamente. Assombrou-se com a miséria e subdesenvolvimento discrepante dos países considerados modelos do capitalismo industrial. Ao mesmo tempo, observou a diversidade regional deste país.
Em 1934, Caio “descobriu” a geografia e sua utilidade, mérito que sempre atribuiu a Pierre Deffontaines, geógrafo francês que viera lecionar a matéria na recém inaugurada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.

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