terça-feira, 29 de abril de 2008

Manifestantes protestam em Manila contra a importação de arroz nas Filipinas.

Alguns pontos do que entendi serem as causas da crise de alimentos que vem se alarmando esses dias.


1º Ponto: Crescimento da população mundial aliado ao desenvolvimento dos países emergentes


Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) a população mundial passará de 6,5 bilhões de pessoas em 2005 para 8,3 bilhões em 2030 e 9 bilhões em 2050. O efeito do aumento do número de pessoas que se alimentam ganha ainda mais peso porque a maioria delas nasce na Ásia e na África, onde o consumo de alimentos cresce em ritmo mais rápido devido ao desenvolvimento econômico desses continentes.
O que explica esses números é também o percentual que as pessoas mais pobres gastam com alimentação. Explico: se uma família pobre passa a ganhar mais, gasta 50% do seu orçamento com alimentação. O rico quando passa a ganhar mais não gasta mais com alimentação. Assim, o Brasil, a Índia e a China passaram a consumir mais alimentos.


2° Ponto: O petróleo é vilão sim, só está esquecido!
O produto está com seu preço em níveis recordes, o que causa impacto em toda a cadeia de produção e distribuição de alimentos. Quase todas as fazendas usam óleo diesel para movimentar as máquinas, e os fertilizantes possuem também diversos componentes vindos do petróleo. Além disso, o combustível mais caro eleva o preço do transporte dos alimentos para os centros consumidores, elevando o preço final da comida.
Só para ter uma idéia, o barril de petróleo em 2000 era por volta de US$30/barril, hoje é cerca de US$120, e a OPEP diz que pode chegar a US$ 200.


3º Ponto: Biocombustíveis – principalmente o milho dos Estados Unidos
Diversas entidades, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e o FMI (Fundo Monetário Mundial), reclamam do desvio de parte da produção agrícola para a produção de biocombustíveis. O resultado, segundo eles, é que a oferta cai ainda mais em um momento de alta na demanda, causando a elevação dos preços. O caso mais criticado é o do milho, usado nos Estados Unidos para a produção de álcool, que levou à disparada do preço do produto no mercado internacional já no ano passado. Também criticam a substituições de lavouras tradicionais pelas de cana-de-açúcar, em um ataque direto ao Brasil --principal exportador de álcool do mundo e que usa a cana-de-açúcar para extrair o produto.


4º Ponto: Especulação Financeira (quanto pior, melhor) e queda do dólar
Quase todos os principais alimentos possuem mecanismos financeiros de compra e venda em um prazo pré-determinado, o que é chamado de mercado futuro. Nos últimos meses, os preços dos alimentos no mercado futuro dispararam devido à entrada de muitos investidores neste tipo de investimento. Eles apostam exatamente que estes preços irão crescer. Se isso ocorre, eles lucram, já que poderão vender o que têm a valores maiores do que o investido inicialmente.
E a queda do dólar influi numa espécie de alta dos preços para compensar a baixa do dólar, não entendo bem, mas se alguém quiser explicar...


5° Ponto: DESESPERO TOTAL E ABSOLUTO
Aí entra tudo, mídia, impedimento de exportação, etc, etc. Teve rede de supermercado que já proibiu que o consumidor compre mais de 9 kg de arroz... Nessa hora que descobrimos que 70% do trigo consumido no Brasil é importado da Argentina, até ontem dormíamos tranquilos, e hoje já pensamos em acordar sem pão francês!



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