quarta-feira, 23 de abril de 2008

O Brasil é agora imperialista?

Lugo disse que vai criar um equipe técnica para discutir "um preço justo" para a
energia de Itaipu que o Brasil compra do Paraguai.

Itaipu, as tarifas são justas?


Nas suas declarações ainda parecendo que estava num palanque, apesar de já ser confirmado sua vitória, Fernando Lugo disse que o preço a ser pago pelo Brasil havia que ser "justo" e que não aceitaria que fosse pago preço de custo, e sim, preço de mercado.


Primeiro Ponto: Ocorre que para entender esse processo temos que nos remeter ao acordo feito na construção de Itaipu, ocasião em que o Paraguai NÃO DESEMBOLSOU UM CENTAVO para a construção da maior hidrelétrica do mundo.


Segundo Ponto: Mas a dívida da parte que cabe ao Paraguai não é dívida externa do Paraguai, é dívida da própria Itaipu. "A DÍVIDA DE ITAIPU É DE ITAIPU". Inclusive ela terá que zerar em 2023, por que assim foi estabelecido no Tratado. Na época, apesar da Eletrobrás ter financiado, repassou o dinheiro ao Tesouro Nacional e esse deu o dinheiro para construir Itaipu.


Terceiro Ponto: Há cálculos diferentes, um para o preço do que é utilizado de energia elétrica por cada país, e outro, pela compra do excedente. A POLÊMICA É SOBRE A COMPRA DO EXCEDENTE, OU SEJA, A PARTE QUE O PARAGUAI NÃO USA. E nesse ponto o Brasil paga US$50 por megawatt/hora. Foi veiculado nos jornais do Paraguai que o Brasil depois de fazer seus cálculos só deixa chegar ao Paraguai US$3. O que não falaram é que nesse cálculo é abatido a parte da dívida que o Paraguai tem, referente ao financiamento de Itaipu na década de 60.


Quarto Ponto: A DISCUSSÃO É MAIS POLÍTICA QUE TÉCNICA, pois há um sentimento de abandono do povo Uruguaio dos governos anteriores, pois hoje o Paraguai, e mais notadamente Assunção, não tem uma boa energia porque não há linhas de transmissão à altura da captação de energia que Itaipu pode oferecer, é como ter um carro em casa e não poder colocar gasolina. Por que o Brasil compra o excedente do Paraguai, não o lesa na parte que lhe cabe. Ele que não usa. Essa discussão pode gerar um sentimento de rivalidade entre os dos "irmãos", pois palavras mal colocadas demoram anos para serem reformuladas.


Quinto Ponto: O tratado diz que a energia só pode ser vendida para o Brasil. MAS MESMO QUE O TRATADO FOSSE MUDADO, O PARAGUAI NÃO TERIA CONDIÇÕES DE VENDER PARA ARGENTINA OU QUALQUER OUTRO PAÍS PORQUE NÃO TEM INVESTIMENTO EM INFRA-ESTRUTURA, o que torna uma grande falácia essa questão de chamar o Brasil de imperialista.


E ao ponto que chegamos, não houve contradição entre Lula e Amorim, pois este falou em reaver tarifas e Lula falou que o Tratado não seria desfeito, continuaria como está. As tarifas são fatores reajustáveis de qualquer acordo. Cláusulas do acordo devem ser mantidas, e isso o governo manterá.


Bom, foi o que entendi disso tudo, e acho que passada essa fase de todo candidato ainda falar como candidato até tomar posse, tudo será revisto com harmonia.


Você acha que Lula manterá a liderança e saberá guiar mais essa crise?



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