Óleo sobre tela
351 x 782,5 cm
Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri(Espanha)
No lado esquerdo da tela encontra-se o touro. Essa é também é uma figura ambígua, pois nele pode estar representada a resistência do povo espanhol. No entanto, o touro, que representa brutalidade, pode simbolizar o general Franco. Repare que o touro está parado, abanando a cauda, como se, "após um ataque bem-sucedido", recuasse para ver os "estragos feitos no adversário" e se preparasse para o próximo ataque.
Na parte central do quadro, vemos um cavalo em agonia.Repare que ele está caído de joelhos, como se estivesse sentindo as terríveis dores causadas pela lança fincada em seu corpo e por uma enorme ferida ainda aberta.
A cabeça do cavalo está voltada para o touro. Da boca do cavalo parece sair um rugido feroz, um misto de ira e dor. Repare que esse "urro" parece estar direcionado para a figura do touro, ao lado.
Uma vez questionado sobre a ambigüidade existente entre as figuras do touro e do cavalo Picasso disse: "Este touro é um touro, este cavalo um cavalo (...). É preciso que o público, os espectadores, vejam no cavalo, no touro, símbolos que eles devem interpretar como os compreendem".
(extraído da obra Mundo; Homem; Arte em Crise de Mário Pedrosa)
Repare ainda que até mesmo essa luz parece "gritar de horror".
No centro superior da tela, próximo à cabeça do cavalo, existe um braço, que se parece como uma nuvem. A sua mão disforme segura uma lamparina a óleo, muito comum nas casas de camponeses.
Essa lamparina emana uma luz suave, que talvez represente a luz da consciência.
A guerra civil espanhola despertou em Picasso uma viva solidariedade com os Republicanos. O painel, executado para o pavilhão da República Espanhola na Exposição Internacional de Paris, foi inspirado no terrível bombardeio de Guernica, a antiga capital dos bascos. Não representa o próprio acontecimento, mas evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total.
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