terça-feira, 27 de maio de 2008
Questionamentos!
O PT teria alcançado essa força, sem a figura forte e carismática de Lula?
O que acontecerá quando os governos progressistas saírem de cena e não houver uma posição forte nos parlamentos?
O que acontecerá com as novas lideranças sociais quando esses 3 ou 4 caudilhos deixarem o poder?
O que vocês acham?
segunda-feira, 26 de maio de 2008
Esquerda e Direita na América Latina
Franklin Ramirez: 01
Como definir esses campos de direita e de esquerda?
Franklin Ramirez: 02
R: O principal valor defendido pela direita, atualmente e desde a década de 1990 é a idéia do princípio de liberdade individual, a idéia de segurança, associada à idéia de liberdade como não-interferência. A segurança política confere estabilidade para o mercado, mas há a idéia de segurança como um valor que chega a se sobrepor ao princípio da liberdade, principalmente depois do 11 de setembro nos EUA. A segurança permeia o discurso de políticos locais, prefeitos, governos e de movimentos sociais, incluindo aqueles que surgem com esse discurso, que além de tudo desconserta a esquerda. A esquerda não tem capacidade de reagir. Ela apresenta apenas uma resposta convencional: “Primeiro resolvemos os problemas econômicos. Com isso a questão da segurança se soluciona.” Mas as coisas não são bem assim. O problema da violência e da insegurança tem uma lógica própria, que exige respostas e políticas públicas específicas.
Franklin Ramirez: 03
R: Há um fator estrutural e histórico relacionado ao fim do ciclo de reformas neoliberais, das políticas de consenso de Washington para gerar maiores níveis de bem-estar social ao povo. Os efeitos foram medíocres em quase todos os países. Progressivamente as sociedades latinas se desencantaram com políticas que já haviam apoiado. O desencanto estava ligado aos baixos rendimentos econômicos. E há um terceiro fator: há uma distância estrutural da agenda econômica, o que gera um desgaste cada vez maior na classe e nos partidos políticos. Na queda De La Rua em 2001, ouvimos nas ruas estas frases: “Fora todos”, “Nenhum deve ficar”. Em 2005 na queda de Lúcio Gutierrez, no Equador, escutou-se a mesma frase: “ Fora todos”. A sociologia fala de contágio de discursos, contágio de repertório de ação, mas o contágio não se dá no vazio, e sim no âmbito de processos estruturais, mais ou menos homogêneos e comparáveis. Isso se articulou no fim dos anos 90 com a chegada de partidos progressistas tradicionais, como o PT no Brasil; Frente Amplia, no Uruguai; até o Partido Socialista Chileno...
Franklin Ramirez: 04
Franklin Ramirez: 05
R: Há uma identificação étnica, social, sociológica, que confere forte apoio popular a esses governos das classes mais baixas. Os novos governos recuperam um voto perdido nos anos 90 para líderes fortes e carismáticos como Menen, Fugimori, Collor. Foram líderes fortes, apoiados por setores populares. Mas esse voto foi recuperado por líderes de esquerda, e não foi um fato isolado.Esses líderes ganharam 2 ou 3 eleições... Isso significa que não é apenas uma condição de caudilho. Há alguns processos políticos que tomam forma através dessas lideranças. Evo Morales venceu duas eleições, Rafael Correa venceu uma, Lula ganhou duas eleições, assim como Kirchner e como o socialismo chileno. Chavéz já ganhou nove ou dez eleições. Há algo mais do que a figura do caudilho, embora a figura do caudilho seja importante em todos esses processos políticos.
Franklin Ramirez: 06
F: A tese das duas esquerdas surgiu em 2004, 2005. Castaneda foi o primeiro a tratar da questão. Para a boa esquerda, a esquerda racional, sempre segundo Castaneda, há uma visão de que a mudança tem que ser gradual, negociada através de canais institucionais. Nem sempre as mudanças são possíveis. Há uma visão mais austera e pragmática da política. Enquanto isso para a esquerda má e populista, as mudanças podem e devem ser radicais, totalizadoras, sem negociação, sem consenso e sem intermediação institucional.
Franklin Ramirez: 07
F: O problema da tese das duas esquerdas é que não há uma análise histórica concreta do que ocorre em cada país. Há muito mais do que duas esquerdas.
M: Há pontos de contatos...
F: Sim, há pontos semelhantes. Mas cada governo, cada coalizão política, que ocupa o governo, responde a uma conjuntura nacional particular, responde às heranças institucionais políticas, do neoliberalismo, e também responde à capacidade de mobilização que os governos têm na sociedade de acordo com a força dos movimentos sociais e da participação social no conjunto. Estas variáveis são diferentes em cada país, e muito. Não se pode esperar que o governo de Michele Bachelet se apóie nas mobilizações sociais, nas organizações populares, em se tratando de um sistema político forte, com ação coletiva de movimentos sociais que não têm a contundência do caso boliviano, que desempenha um papel dinamizador da agenda política, que até arrisca a estabilidade do sistema político, mas que também soube ativar a conexão entre sistema político e cidadania. Não são os mesmos perfis. Quando Castaneda e companhia dizem que Chavéz quer ir além do capitalismo...Chavéz tem uma boa relação com os bancos privados. Os bancos cresceram muito em seu país. Teve lucros incríveis nos últimos anos. A relação com as petroleiras, inclusive com os EUA, é igual: o comércio está aberto. Chavéz sempre fala disso, não mudou. O padrão de acúmulo da economia venezuelana, que não nasceu com Chávez, e sim, com Carlos Andréz Perez, nos anos 70, sem manteve. É uma política baseada no capitalismo de estado com grande capacidade de retribuição à sociedade, com baixa diversificação produtiva, em setores como agricultura e alimentos. A Venezuela importa quase tudo. O padrão da política econômica que privilegia as finanças em detrimento da produção não foi modificado. O que mudou muito na Venezuela foi o padrão de redistribuição social. O governo da revolução bolivariana, como Chávez gosta de se autodenominar, teve uma política de distribuição voltada ao povo. Nem sempre foi muito eficaz, o que é um problema grave do Estado Venezuelano. É um problema da eficácia do aparato estatal, que não se compara, por exemplo, ao nível de expertise e institucionalização do estado social brasileiro.
Franklin Ramirez: 08
F: Os dois argumentos têm razão. Efetivamente os setores políticos tradicionais, as elites conservadoras, os partidos que dominaram a vida política desses países nos últimos anos não entraram em uma lógica de negociação, não se adaptaram ao processo de mudança. Eles mantêm um discurso, uma histeria política muito exacerbada, em relação às ações tomadas por esses governos progressistas. Por outro lado os novos líderes desses países levaram seus discursos ao extremo sem favorecer um ambiente de negociação política. Venezuela, Bolívia e Equador são regidos por governos de esquerda após o colapso do sistema de partidos. No caso do Brasil, Uruguai e Chile os governos de esquerda chegam através do sistema partidário. Não há mediação institucional. No Equador os partidos que ficaram 30 anos no poder já saíram de cena nas últimas eleições da Assembléia Constituinte, dos 130 votos eles conquistaram 30. Na Venezuela o bipartidarismo que surgiu com o Pacto do Ponto Fixo não existe mais. Na Bolívia os partidos que governaram nos anos 90 estão enfraquecidos nacionalmente embora tenham certa força regional. A perda da capacidade de mediação das instituições antecedeu a chegada desses governos. Mas os conflitos na Bolívia, na Venezuela e no Equador são diferentes. A polarização não é tão grande no caso equatoriano. No caso equatoriano não há uma mobilização social da oposição como se viu nos últimos meses em Santa Cruz, Bolívia, como se viu com o referendo na Venezuela, para a reforma constitucional. Há conflitos e tensão política, sem haver uma polarização da ordem social.
Franklin Ramirez: 09
F: Todos esses processos têm ares caudilhistas, mesmo na esquerda “racional” brasileira, a figura de Lula é fundamental para o processo político. O PT teria alcançado essa força, sem a figura forte e carismática de Lula? Acho que não. Mas Lula existe em um sistema político consolidado, com partidos, com longa trajetória, com um Estado eficaz, com instituições, com tecnocracias consistentes independentemente dos limites que possa ter. Nos outros países os liderem chegaram ao poder, sem partidos ou com partidos novos e com estados obsoletos e debilitados pelo processo neoliberal dos anos 90. Além disso, os líderes caudilhos de esquerda se associam ao modelo presidencialista que impera na América Latina.
Franklin Ramirez: 10
F: Aí está o limite dos processos vividos principalmente na Venezuela, na Bolívia e no Equador e até na Nicarágua. Isso tem a ver com a força de um líder transformador, caudilhista, forte que não é acompanhado de uma construção política da mesma envergadura. No Equador, Correa e seu governo deram poucos sinais de que queriam construir um movimento ou partido político amplo e moderno, que sirva de base para formar novas lideranças para se conectar à sociedade. É a figura do líder que conduz e guia o processo. O conjunto do modelo político tem três pilares: presidentes fortes, sociedade com altas possibilidades participativas e alto controle popular, com um corpo intermediário, os parlamentares e partidos, que por sua pluralidade, são a peça fundamental da soberania popular, do pluralismo político da sociedade. Esses processos de mudança não receberam ênfase em termos de estabilidade democrática isso pode ser perigoso. O que acontecerá quando os governos progressistas saírem de cena e não houver uma posição forte nos parlamentos? O que acontecerá com as novas lideranças sociais quando esses 3 ou 4 caudilhos deixarem o poder? Há um risco democrático e um risco de continuidade dos processos políticos.
Fim.
domingo, 25 de maio de 2008
Circuito dos poetas em Recife
Cannes dá prêmio de melhor atriz a brasileira
Há 4 horas
CANNES, França (AFP) — A brasileira Sandra Corveloni teve a carreira voltada para o teatro antes de encarnar uma comovente mãe de família em "Linha de Passe" de Walter Salles e Daniela Thomas, seu primeiro papel no cinema, pelo qual obteve neste domingo o prêmio de melhor interpretação feminina no 61º Festival de Cannes.
O prêmio é "totalmente inesperado porque o nosso é um filme coletivo, feito a quatro mãos, e um pouco como 'Rocco e seus irmãos' fala de cinco personagens; o sexto é a cidade de São Paulo", declarou Salles à AFP após a entrega de prêmios.
"Ver que grandes atores como Sean Penn, ou mesmo Jeanne Balibar ou Natalie Portman destacaram a atuação da atriz brasileira é emocionante porque sabemos quem é Sandra, uma atriz que nos pareceu extraordinária desde o primeiro teste", acrescentou.
"Isso aconteceu, principalmente, dez anos depois do prêmio de interpretação dado a Fernanda Montenegro em 'Central do Brasil' (no Festival de Berlim) e é incrível que este milagre pudesse se repetir", lembrou emocionado.
Walter Salles e Daniela receberam o prêmio em nome da atriz que não foi a Cannes, por ter perdido um bebê recentemente.
Daniela Thomas fez um pronunciamento em português, enviando uma mensagem de solidariedade à atriz.
Nascida em 1965 em São Paulo, Sandra Corveloni, uma morena de olhar voluntarioso, trabalhava no teatro até se juntar ao grupo de Eduardo Tolentino, atuando ao mesmo tempo como atriz e assistente.
Debutou no cinema em curtas-metragens "Flores Ímpares" de Sung Sfai e "Amor" de José Roberto Torero.
Em "Linha de Passe", ela faz o papel de Cleuza, mãe de família de um bairro popular de São Paulo, que vive às voltas com problemas financeiros, mas estando sempre disponível para seus filhos. Sua atuação sóbria e tocante emocionou o júri.
Rodado com um pequeno orçamento, o filme acompanha também as expectativas e os sonhos abortados dos quatro filhos de Cleuza.
Dario, por exemplo, queria ser jogador mas vê com angústia chegarem os 18 anos, que cortarão suas esperanças de tornar-se profissional; Dinho trabalha num posto de gasolina e freqüenta com assiduidade a igreja do bairro; Denis vai de uma namorada a outra e sobrevive.
O mais jovem, Reginaldo, sai à procura de um pai desconhecido que sabe ser motorista de ônibus.
Grávida de um quinto filho, Cleuza perde seu emprego de diarista, mas se dedica, com todas as forças, a embelezar o cotidiano de seus filhos.
Com este filme de ficção realista, comovente e sóbrio, o cineasta Walter Salles disse querer fugir da grande dramatização, evitando fechar seus personagens num determinismo social, mas com um olhar direcionado à juventude brasileira. Evita todos os tópicos sobre a juventude condenada à violencia.
A própria existência do filme é considerado um milagre porque não tem atores conhecidos mostrando, por trás das câmaras, uma equipe muito jovem, segundo os dois diretores.
Contador de Homicídios - Recife
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sábado, 24 de maio de 2008
Essa semana, do Eta a Picasso!
Picasso: fase azul
A Vida - Picasso
197 x 127,3 cm
The Creveland Museum of Art, Cleveland(EUA)
Repleto de simbolismos, este quadro foi interpretado como uma alegria do amor sagrado e do amor profano (a tela confronta um jovem casal seminu e a uma mãe vestida com um bebê em seus braços), do ciclo da vida e da carreira do pintor moderno. Talvez mescle tudo isso, e o dedo o rapaz, como nas imagens de São João Batista, indique a mudança que será registrada na trajetória artística de Picasso.
Picasso: fase rosa
A família de Saltimbancos - Picasso
1905
212,8 x229,6 cm
The National Gallery of Art, Washington (EUA)
Picasso: Les Deimoselles d'Avignon
Picasso: para entender "Les Demoiselles"
Picasso: o cubismo facetado
Picasso: as colagens cubistas
Picasso: fase pós-cubista
Óleo sobre tela
215 x 142 cm
The Tate Gallery, Londres(Grã-Bretanha)
Por esta altura, Picasso já era internacionalmente famoso. O cubismo espalhara-se por todo o mundo ocidental e influenciava não só outros pintores como também escultores e até arquitetos.
Para ter uma idéia de como Picasso chegou nessa fase, é necessário ver dois quadros dele: A mãe e o filho e Os três músicos. O primeiro é uma volta à tradição clássica e o outro em que Picasso apresenta um estilo de papel cortado, que até primeira vista não sabemos se é pintura ou colagem.
Alguns anos mais tarde, os dois estilos paralelos iriam convergir em uma extraordinária síntese que desde então se tornou a base de sua arte. Esse quadro mostra essa faceta, pois, estruturalmente é puro cubismo de colagens, incluindo até imitações pintadas de determinados materiais - papel de parede com motivos e amostras de vários tecidos, cortados com tesoura de picotar. Mas as figuras, numa extraordinária e fantástica versão de um tema clássico(comparar com as dançarinas de A Alegria de Viver, de Matisse).
A sua identidade original já não interessa - peitos podem tornar-se olhos, os perfis fundir-se com vistas frontais, as sombras tornar-se substâncias ou vice-versa, em uma interminável sucessão de metamoforses.
"Trocadilhos visuais" proporcionam possibilidades inteiramente inesperadas de expressão - humorística, grotesca, macabra e até trágica).
Picasso - para entender "As três bailarinas"
Fase final
Picasso morreu em 8 de abril de 1963, aos 91 anos.
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Guernica - Pablo Picasso
Óleo sobre tela
351 x 782,5 cm
Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri(Espanha)
No lado esquerdo da tela encontra-se o touro. Essa é também é uma figura ambígua, pois nele pode estar representada a resistência do povo espanhol. No entanto, o touro, que representa brutalidade, pode simbolizar o general Franco. Repare que o touro está parado, abanando a cauda, como se, "após um ataque bem-sucedido", recuasse para ver os "estragos feitos no adversário" e se preparasse para o próximo ataque.
Na parte central do quadro, vemos um cavalo em agonia.Repare que ele está caído de joelhos, como se estivesse sentindo as terríveis dores causadas pela lança fincada em seu corpo e por uma enorme ferida ainda aberta.
A cabeça do cavalo está voltada para o touro. Da boca do cavalo parece sair um rugido feroz, um misto de ira e dor. Repare que esse "urro" parece estar direcionado para a figura do touro, ao lado.
Uma vez questionado sobre a ambigüidade existente entre as figuras do touro e do cavalo Picasso disse: "Este touro é um touro, este cavalo um cavalo (...). É preciso que o público, os espectadores, vejam no cavalo, no touro, símbolos que eles devem interpretar como os compreendem".
(extraído da obra Mundo; Homem; Arte em Crise de Mário Pedrosa)
Repare ainda que até mesmo essa luz parece "gritar de horror".
No centro superior da tela, próximo à cabeça do cavalo, existe um braço, que se parece como uma nuvem. A sua mão disforme segura uma lamparina a óleo, muito comum nas casas de camponeses.
Essa lamparina emana uma luz suave, que talvez represente a luz da consciência.
A guerra civil espanhola despertou em Picasso uma viva solidariedade com os Republicanos. O painel, executado para o pavilhão da República Espanhola na Exposição Internacional de Paris, foi inspirado no terrível bombardeio de Guernica, a antiga capital dos bascos. Não representa o próprio acontecimento, mas evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
PAÍS BASCO - ORIGEM
PAÍS BASCO - GEOGRAFIA
EUSKAL HERRIA, VASCONIA ou PAÍS BASCO
É um espaço ou região cultural européia situada aos dois lados dos Pirineus e que inclui teritorios do estado espanhol e frances. É conhecida como Euskal Herria ou Vasconia o espaço no qual a cultura basca se manifesta em toda a sua dimensão (ver mapa).
O lado norte dos Pirineus (conhecida como Iparralde) é formada por Lapurdi, Baja Navarra Zuberoa, territorios que na organização administrativa francesa fazem parte do Departamento dos Pirineus Atlanticos.
O lado sul (conhecido como Hegoalde) é composta por Navarra , Álava, Bizkaia e Gipuzkoa, conformando a primeira a Comunidad Foral de Navarra e as três ultimas a Comunidad Autónoma del País Vasco.
A extensão que ocupa Euskal Herria o Vasconia é de 20.664 km2, (menor que o menor dos estados brasileiros, o Segipe) e soma uma população aproximada de 3 milhões de habitantes. Seu clima é o temperado.
Euskal Herria o Vasconia limita ao Norte com o mar Cantábrico , ao nordeste com o Departamento frances de Las Landas ao leste com a região francesa de Bearn. Os outros limites do território de Euskal Herria estão em contato com as seguintes comunidades autônomas espanholas: ao oeste com Cantabria e Castilla-León, ao sul com Castilla-León, a Rioja e Aragón, e ao leste com Aragón.
O País Basco está dividido adimnistrativamente em sete territórios: quatro na Espanha (Araba, Biskaía, Gipuzkoa, Navarra) e três, na França (Lapurdi, Nafarroa Beherea e Zuberoa).
As principais cidades são: Bilbao (Bilbo), Vitória (Gasteiz), San Sebastian (Donostia), Pamplona (Iruña), Baiona...Na língua do país, o País Basco é chamado “Euskal Herria”, que significa “o povo que fala o Euskara”.
PAÍS BASCO - LÍNGUA
GUERRA CIVIL ESPANHOLA 1936-1939
Guerra Civil Espanhola (1936-1939) contribuiu para fortalecer o nazi-fascismo na Europa. O conflito teve início quando a monarquia da Espanha foi substituída pelo regime republicano de tendência socialista. Contra o novo governo levantaram-se os falangistas, simpatizantes do nazi-fascismo, liderados por Francisco Franco.Os falangistas, que lutavam contra o socialismo, tiveram o apoio militar e financeiro dos governos italiano e alemão, empenhados, desde que assumiram o poder, na luta anticomunista, e que aproveitaram a oportunidade para testar novos armamentos e equipamentos militares. O governo republicano foi vencido e instaurou-se um governo totalitário liderado por Franco.
O apoio de Hitler a Franco ocorreu por dois motivos básicos:
primeiro porque os nazistas não precisariam investir muito neste apoio. O que Franco queria era apenas alguns aviões e armas;
o segundo motivo, e o mais significativo para Hitler, é que, se Franco conseguisse conter o comunismo na Espanha, desestimularia também as tentativas de se implantar o bolchevismo ou sovietismo na França.
· Desde de o início, o conflito baseou-se na ocupação de Madri, que, de imediato, foi ocupada pelas tropas de Franco. Os revoltosos dominaram ainda a região da Andaluzia, ocupando Mérida e Badajoz. Os republicanos, por sua vez, ocuparam a fronteira com a França. Em março de 1937, ao término da batalha de Guadalajara, os Republicanos ocuparam a região de Madri.
Em contrapartida os revoltosos, com apoio da aviação Alemã, Legião Condor, tomaram Bilbao, Santander e Gijón. Em julho de 1938, os Revoltosos venceram a batalha do Ebro, o que possibilitou a sua chegada à Catalunha. Entre fevereiro e março de 39 os Revoltosos lançaram sua ofensiva final e, a 28 de março, as tropas de Franco entraram em Madri, encerrando-se assim a guerra civil espanhola.
· Como pode ser visto, os primeiros ataques dos nazistas foram alvos importantes situados em Bilbao. Com a perda de Madri, os revoltosos necessitavam abalar, de alguma forma, os Republicanos. Para isso, adotaram a estratégia de bombardear, ininterruptamente, um alvo qualquer com bombas de fragmentação e incendiárias.
Assim foi estabelecida uma ditadura fascista que se prolongou até a morte de Franco, em 1975, 36 anos no poder.
POR QUE GUERNICA?
Guernica não tinha população numerosa e nem proteção antiaérea, ou seja, a cidade era um alvo fácil;
A cidade abrigava um velho carvalho (Guernikako arbola). Sob o qual, desde os tempos medievais os monarcas espanhóis juravam respeitar as leis e costumes dos bascos. Destruir a cidade seria uma espécie de castigo a todos os que imaginavam uma Espanha federalista ou descentralizada. Destruir Guernica significava também abalar, moralmente, os adversários.
"Em pé, diante desde microfone, quero contar o que os meus olhos viram no lugar do que já foi Guernica, e tomo Deus como testemunha: Envergonhados pelo monstruoso crime que cometeram, os rebeldes apelam para a falsidade para camuflar, para negar a mais vil das proezas da História, a total e absoluta destruição da cidade de Guernica. Aquele dia fatal, 26 de abril, era dia de mercado e a cidade estava cheia de gente. Em Guernica havia milhares de camponeses de toda a vizinhança, numa atmosfera de camaradagem basca, e ninguém suspeitava de que uma tragédia se aproximava. Pouco depois das quatro da tarde, aviões jogaram nove bombas no centro da cidade. Procurávamos os feridos, quando mais aviões surgiram, jogando todo tipo de bombas, incendiárias e explosivas. As feras que pilotavam tais aviões, logo que avistavam nas ruas ou fora da cidade uma figura humana, focalizavam nela suas metralhadoras, semeando terror e morte, entre mulheres, crianças e velhos. Tal foi a tragédia de Guernica, cuja verdade, eu, prefeito da cidade, afirmo diante do mundo inteiro. A Milícia estacionada em Guernica, naquele dia, era exatamente a mesma que havia confraternizado todos esses meses com o povo de Guernica, ganhando sua afeição. Foi a primeira a prestar auxílio naqueles momentos terríveis. Não foi nossa milícia que ateou fogo a Guernica, e se o juramento de um alcaide cristão e basco tem algum valor, juro diante de Deus e da História que aviões alemães bombardearam cruelmente nossa cidade até riscá-la do mapa." Guernica foi ferida, mas não morrerá. Da árvore brotarão novas folhas verdes em toda primavera; seus filhos a ela retornarão; suas casas serão reconstruídas, suas igrejas escutarão novamente seus hinos e preces... Guernica, o símbolo de nossas liberdades nacionais, e o símbolo da ferocidade do fascismo internacional, não pode morrer."
Fonte: História do Século 20, volume 4 - Abril Cultural
ETA – RESULTADO DA GUERRA CIVIL ESPANHOLA
ETA - Origem e hoje, prisão do líder
Francisco Javier Lopez Pena, ou "Thierry", descrito pelo Ministério do Interior francês como "uma figura histórica" dentro do ETA e pelas autoridades espanholas como o principal líderes do grupo, foi preso na noite de terça para quarta-feira, em um apartamento na cidade do sudoeste da França.
Na operação, foram presas quatro pessoas - três homens e uma mulher. A polícia também apreendeu pistolas e um computador.
Lopez Pena estava foragido há mais de 20 anos e acredita-se que, nos últimos dois anos, tenha assumido a responsabilidade pela estratégia política do ETA.
sábado, 17 de maio de 2008
Contador de Homicídios - Recife
Registros do dia: 106
Registros do mês: 175
Desde 1 de janeiro de 2008 : 1694
*Atualizado diariamente ao meio-dia.
Fonte: http://www.pebodycount.com.br/home/index.php
JBS na Itália e Argentina
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Hillary Clinton criticou a compra de uma processadora de carne por uma empresa brasileira
O negócio a que ela se refere é a aquisição de divisão da Smithfield Foods, baseada na Virgínia, pela brasileira JBS-Friboi, por US$ 565 milhões. Isso faz da brasileira a maior produtora de carne dos Estados Unidos, à frente da gigante Tyson Foods, e acontece um dia depois de a brasileira anunciar a compra da National Beef Packing Co. por outro meio bilhão de dólares. O negócio depende ainda de aprovação federal.Outro político se queixou da operação, dessa vez o senador republicano Chuck Grassley. "Honestamente, não sei até onde [o Departamento de Justiça] vai deixar essas consolidações acontecerem. Agora, os produtores poderão vender seu gado para apenas três grandes empresas", falou, em comunicado.
Nessa eleição, o voto rural vale ouro. A Dakota do Sul realiza suas prévias no dia 3 de junho.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
LÍBANO - PARTE II
Guerra Fria -1982
Hezbollah e governo do Líbano entram em acordo
Governo e Hizbollah chegam a acordo no Líbano
Tariq Saleh, da BBC Brasil, em Beirute
A delegação da Liga Árabe anunciou nesta quinta-feira que um acordo foi alcançado entre o governo libanês e a oposição liderada pelo Hizbollah para encerrar a crise que levou o Líbano à beira de uma guerra civil.
Segundo Hamad bin Jassim bin Jabr Al-Thani, ministro de Relações Exteriores do Catar --que chefiou a delegação árabe-- as partes concordaram em continuar o diálogo na capital do Catar, Doha.
O Líbano enfrenta uma crise política que se arrasta há 18 meses e está sem presidente desde novembro de 2007, quando Emile Lahoud, que é a favor da Síria, deixou o cargo. Desde então o país não conseguem eleger um sucessor.
Segundo Al-Thani, as partes se comprometeram a voltar ao diálogo e discutir a eleição do novo presidente do país, novas leis eleitorais para 2009 e a formação de um novo governo de unidade nacional.
"Não há vencedores neste conflito", disse Al-Thani. "Precisamos ajudar o Líbano a solucionar a crise, e nós continuaremos pressionando por uma resolução".
Histórico do conflito atual no Líbano
A recente crise começou quando o governo aprovou duas medidas que previam uma investigação da rede de telecomunicações do Hizbollah e a exoneração do chefe de segurança do aeroporto de Beirute porque ele seria simpatizante do grupo xiita.
As medidas provocaram a ira do Hizbollah, que respondeu com protestos por Beirute e outros pontos do país e que logo enveredaram para a violência, em batalhas entre milícias pró e anti-governo, em que o grupo xiita (e seus aliados) derrotou as forças governistas, ocupando todo oeste de Beirute.
Combates pesados entre as duas facções na capital Beirute, em Trípoli, no norte, nas montanhas e em outras cidades do leste do país levaram vários estrangeiros e libaneses a deixarem o país.
Beirute oeste chegou a ser ocupada pelo Hizbollah e aliados por dois dias, se retirando depois a pedido do Exército.
A onda de violência, que durou seis dias, deixou ao menos 65 mortos e 200 feridos, na pior crise interna do Líbano desde o fim da última guerra civil (1975-1990).
O Exército libanês posicionou tropas e blindados em diversas regiões do Líbano para tentar garantir a segurança da população civil.
O governo do Líbano acabou voltando atrás na quarta-feira, revogando oficialmente as duas medidas contrárias ao Hizbollah como forma de abrir o caminho para negociações e acalmar a crise.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Atos retomam discussão sobre cotas para negros
da Folha de S.Paulo
A questão das cotas para negros em universidades ganhou fôlego nos últimos dias em razão de manifestações de grupos favoráveis e contrários à política.
As ações se concentram na Câmara dos Deputados, onde tramita projeto de lei que institui a política de cotas, e no STF (Supremo Tribunal Federal), que vai julgar duas ações diretas de inconstitucionalidade sobre o tema.
Ontem, defensores das cotas vão à Câmara pedir a aprovação do projeto --sem ele, são as universidades que decidem se adotam ou não o sistema, o que dá margem a contestações judiciais.
À tarde, foi entregue um manifesto com mais de 400 assinaturas ao presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, em que pedem a rejeição das ações contra as cotas. Entre os signatários estão o arquiteto Oscar Niemeyer e o ator Lázaro Ramos.
terça-feira, 13 de maio de 2008
LIBANO - PARTE I - Risco de nova guerra civil. O que vc entende disso tudo?
A violência ocorre após 17 meses de impasse entre a oposição liderada pelo Hizbollah, que demanda maior poder no governo, e a coalizão governista. A disputa pelo poder paralisou o país e o deixou sem presidente desde novembro passado.
Os EUA acusam a existência de ligações entre o Hizbollah e a Síria e o Irã, e que começam a se manifestar na crise atual. Seriam grupos ligados à Síria.
"Há combates entre partidários do Movimento Futuro, que é o principal partido da maioria parlamentar, de base sunita, e entre os dois grandes partidos de base xiita, que são o Hizbollah e o Amal.
Líbano - Dados Gerais
DADOS GERAIS
Nome Oficial: República Libanesa
Fuso Horário: +5h
População (ano base 2005): 3.6 milhões de habitantes.
Taxa de crescimento anual: 1.0%População urbana: 60%.
População de emigrantes: 14 milhões (dentre os quais cerca de 7 milhões estão no Brasil).
Capital: Beirute (1.171.000 habitantes).
Composição: árabes libaneses (80%), árabes sírios (17,5%), árabes palestinos (1,5%), curdos e armênios (1%).
Língua: O Árabe é a língua oficial, mas o Francês e Inglês também são largamente difundidos. O Armênio também é falado por uma minoria.
Moeda: Libra Libanesa (1 US$ = 1512 Libras Libanesas/ cotado em agosto de 2007)
Divisão Administrativa: O país é dividido em 6 províncias (Mohafazats): Beirute (capital), Monte Líbano (capital Baabda), Norte do Líbano (capital Tripoli), Sul do Líbano (capital Saida), Nabatieh (capital Nabatieh) e Bekaa (capital Zahle).
Governo: O Líbano é uma república parlamentarista, possui regime democrático e sua Constituição é fundamentada sobre a separação dos poderes executivo, legislativo e judiciário. O Presidente é eleito pelo parlamento. Os deputados são eleitos pelo Sufrágio Universal.
Em 1998, foi eleito através do parlamento libanês o General Emile Lahoud, Presidente da República, 12º Presidente eleito após a independência, em 22 de novembro de 1943.
Ocupação Francesa
O atual território que corresponde ao Líbano atual é o berço da civilização fenícia.
Depois de muitas invasões foi tomado pelos muçulmanos entre 636 e 705. Em 1516 o Império Turco-Romano incorpora o Líbano.
Após a derrota dos turcos na I Guerra Mundial, o terítório correspondente à Síria e ao Líbano atuais fica sob o domínio francês.
A Constituição de 1926, orientada pela França, torna o país uma República Parlamentarista.
Durante a II Guerra Mundial, em 1941, a França concede independência ao Líbano, mas só se retira do território em 1947.
Relação Líbano-Síria
Após a independência da França, o primeiro governo independente da Síria é deposto por um golpe militar em 1949.
Com a aproximação entre Israel e Estados Unidos a Síria recebe armas da União Soviética.
O impasse se exacerba em 06 de outubro de 1973, dia de um feriado judaico, a Síria, com o Egito, ataca Israel, mas não obtém êxito na recuperação das colinas de Golã.
E a Síria sempre se mantém contra acordos de paz que beneficiem Israel.
A Síria está entre os países acusados pelo governo dos Estados Unidos de patrocinar o terrorismo. Embora reprima grupos islâmicos radicais em seu território, o país apóia organizações anti-Israel no exterior, como o movimento Hezbollaz ou o Hamas Palestino.
Composição da religião na Síria:
islamismo 92,1%; cristianismo 5,2%, sendo 2,7% ortodoxos
Colinas de Golã
Situam-se aí nascentes de rios, entre os quais o Jordão, o mais importante dessa região desértica.
Israel constrói colônias judaicas em Golã, e a Síria, para pressionar a devolução, dá suporte ao grupo guerrilheiro islâmico Hezbollah, que, do Líbano, ataca o norte israelense.
A Síria se recusa a aprovar qualquer acordo de paz ou a normalização das relações com Israel a menos que as colinas sejam devolvidas ao controle sírio.
Hezbollah ou Hizbollah
O grupo manteve sua base no sul do Líbano, após o fim da Guerra Civil (1975-1990), e se enraizou na população local. Para muitos libaneses, o Hezbollah foi o único que assumiu a defesa contra os soldados israelenses que ocupavam essa faixa do território do país. A manutenção dos ataques do Hezbollah contra as tropas de Israel causou muitas baixas e elevou as críticas entre os próprios israelenses quanto à manutenção dessa ocupação. Em 2000, Israel decide retirar-se do sul do Líbano.
Do ponto de vista ideológico, o grupo inspira-se na Revolução Islâmica iraniana de 1979, liderada pelos xiitas. O armamento do Hezbollah, que o governo de Israel e dos Estados Unidos atribuem ao Irã, fez do grupo uma poderosa organização militar, como demonstrou nos combates contra Israel em 2006. Sua força, até mesmo no plano eleitoral, decorre também do atendimento que presta às pessoas carentes, por meio de construções de escolas, ambulatórios e creches.
O Hezbollah conta com cinco hospitais, 43 clínicas e duas escolas de enfermagem. Segundo a ONU, ao menos 220 mil pessoas em 130 cidades libanesas se tratam nesses locais. O Hezbollah possui 12 escolas com sete mil alunos e setecentos professores e centros culturais franceses auxiliam no aperfeiçoamento do corpo docente.