terça-feira, 15 de abril de 2008

Capacidade do Português em se cruzar com outras raças!






Bernado Ricupero, recuperou-me!



Explico, em setembro do ano passado participei de um curso sobre a Formação do Pensamento Político Brasileiro com esse notável professor da USP, momento em que recuperei mihas leituras e me senti animada para retornar os estudos para então voltar aos planos do mestrado. Claro, passada a fase de gravidez e amamentação da cria.




Nesse momento eles nos colocou vários questionamentos sobre essa indagação: EXISTE UM PENSAMENTO POLÍTICO BRASILEIRO?




Enfim, para chegarmos a uma resposta, PRIMEIRO, PRIMEIRO, PRIMEIRO, ler Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freire, ler Sérgio Buarque de Holanda no Raízes do Brasil, e finalmente Caio Prado Júnior no livro que postei abaixo.




Bem, Irene sempre Irene, comecei pelo último.




Antes li algumas resenhas do livro pela internet mesmo, fico impressionada com o número de informações, e algumas de professores sérios, que colocam à disposição seus estudos... que bom!




Mas do curso, transcrevo alguns trechos:



GILBERTO FREIRE:

PROBLEMA PARA A MISCIGENAÇÃO!



COMO LIDAR COM UM PAÍS BASICAMENTE MESTIÇO?



A grande descoberta de Freire foi substituir a categoria de raça pela de cultura, essa é a chave, e isso ele o fez através de seu orientador, pois foi aluno de Franz Boas(isso é importante).



Gilberto Freire tinha um racismo original o qual confessa na introdução do seu livro, achava que os mulatos e cafuzos eram doentes. Um método introspectivo...



A partir de Gilberto Freire há uma fase mais otimista ao valorizar a cultura.



Mas não se trata apenas de subsitituir a raça pela cultura, ele supera o mestre e vai além, há também a questão do ambiente( NEO-LAMARCK) --- A RAÇA SERIA ASSIM CARACTERES ADQUIRIDOS!



A mestiçagem seriam assim caracteres adquiridos! A mestiçagem ocorre principalmente num certo ambiente(família patriarcal brasileira).



PARÊNTESES.



AÍ EU comecei a perguntar a várias pessoas se lembravam da teoria evolucionista de Lamarck... ninguém lembrava , só da de Darwin. Tinha aquela história do pescoço da girafa, uma acreditava que o pescoço tinha crescido de tanto ela se esticar para alcançar as árvores mais altas e sobreviver, o outro acreditava que as girafas de pescoço mais longos íam sendo naturalmente selecionadas a ponto de só ficarem as girafas de pescoço longo, vcs lembram?.



Pois sim, lembra da a teoria de Lamarck, fica a pergunta: e aí? como usar o Lamarckismo para o conceito de raça? Espero responder quando ler Freire(eu bem íntima de Freire, de Caio...)




Vamos rever as aulas de biologia? he he




Teoria sintética da evolução(fonte Wikipédia) atire a primeira pedra quem nunca usou!
Lamarck
O primeiro a tentar explicar o processo da evolução foi Jean-Baptiste Lamarck(1744-1829). Lamarck combatia as idéias criacionistas e fixistas da época, e foi o primeiro a tentar explicar cientificamente o mecanismo pelo qual a evolução acontece. Para Lamarck, os seres vivos vão desenvolvendo determinados órgãos de acordo com suas necessidades de sobrevivência. Um dos exemplos mais conhecidos é o do pescoço da girafa. Segundo Lamarck, as girafas com pescoço comprido, eram descendentes de girafas ancestrais que provavelmente tinham pescoço curto, mas, com a necessidade de alcançar alimentos (folhagens das árvores), tinham que esticar o pescoço, e, com isso, o pescoço alongou-se. E essa característica adquirida foi transmitida aos seus descendentes, originando as atuais girafas de pescoço longo.Portanto, pelo uso e desuso da característica, e sua transmissão aos descendentes, ocorreu a evolução das espécies. E quando o organismo não necessita do órgão o mesmo se atrofia.A lei do uso e desuso ficou conhecida como a primeira lei de Lamarck. A segunda lei supõe que as características adquiridas pelo uso (ou atrofiadas pelo desuso) são transmitidas de geração a geração; é a lei da herança dos caracteres adquiridos. Sabemos hoje que as variações entre indivíduos depende da informação genética e que somente essas informações e as mutações dos genes podem ser transmitidas a uma geração seguinte. O biólogo alemão Weissman(1868 a 1876) conseguiu refutar as Leis de Lamarck:cortou a cauda de ratos durante várias gerações, e os seus filhotes continuavam a nascer com cauda. Por esse experimento, Weissman provou que essa característica adquirida pelos ratos-ausência de cauda-não foi transmitida a outras gerações.



Quando ler Freire posso voltar a essa questão.



Mas enfim para Freire há um equilíbrio de antagonismo no Brasil..etc, etc, etc, como hoje quero falar desse lado da colonização portuguesa por Caio, só queria comentar algumas coisas sobre Freire.



Ele era fruto da oligarquia pernambucana. Portanto o que me fica ainda como impressão e ainda com pouco estudo, é que ficava fácil justificar esse EQUILÍBRIO DE ANTAGONISMO entre a Casa Grande e a Senzala.



Quando ele diz que a raça ía além da cor, um dos exemplos meus preferido é quanto ao capitão do mato, que era negro, mas caçava outros negros, por que não se achava branco. E os filhos de senhores brancos com escravas tinham certo privilégio, e tinham que ser tratados como brancos, os mulatos eram assim



Como diz Caio, nos Estados Unidos uma gota de sangue negro tranforma o filho em negro, aqui no Brasil, uma gota de sangue branco torna o filho branco.



Então fica fácil dizer que aquela mucana que tinha deixado a senzala para ser mãe de leite do filho do fazendeiro, após anos na casa, era considerada "de casa"... e dizer, ah, ela gosa tanto do "seu filho de criação".



Isso só foi possível no Brasil...em todas as outrs colonizações não havia miscigenação entre o colonizador e o índio ou com o negro.



Pra mim esse é o grande barato do que estou lendo, por isso vou transcrever um pouco de Caio, pg.107.




"É este aliás o caratér mais saliente da formação étnica do Brasil: a mestiçagem profunda das três raças que entram na sua composição. Separei-as na análise que fiz acima para poder acompanhar com mais facilidade a evolução particular de cada uma. Mas são juntas que devem figurar; juntas e mesclando-se sem limite, numa orgia de sexualismo desenfreado que faria da população brasileira um dos mais variegados conjuntos étnicos que a humanidade jamais conheceu.


Não o era contudo ainda tanto no momento que ora nos ocupa. As três raças formadoras ainda continuavama contribuir, embora em proporções várias, mas todas regular e efetivamente, com novas infusões de sangue puro e fresco: os brancos pela imigração; os pretos pelo tráfigo; os índios pela incorporação contínua de indivíduos, às vezes de tribos inteiras que se submetiam em bloco à colonização. assim, a par da maioria mestiça, aparecem grupos menores, mas ainda de certo vulto, de elementos puros. Os pretos, em número esmagadoramente superior, os brancos e índios, provavelmente em equilíbrio numérico. Mas o processo de caldeamento marchava com rapidez: nada mais precário e instável que aqueles contigentes puros.


A mestiçagem, signo sob o qual se formou a etnia brasileira, resulta da excepcional capacidade do português em se cruzar com outras raças. É a uma tal aptidão que o Brasil deveu sua unidade, a sua própria existência com os característicos que são os seus. Graças a ela, o número relativametne pequeno de colonos brancos que veio povoar o território pôde absorver as masssas consideráveis de negros e índios que para ele afluíram ou nele já se encontravam; pôde impor seus padrões e cultura à colônia, que mais tarde, embora separada da mãe-pátria, conservará os carateres essenciais da sua civilização.


Teria contribuído para aquela aptidão o trato imemorial que as populações ocupantes do território lusitano tiveram com raças de compleições mais escura. Essa extremidade da Europa foi sempre, desde os tempos pré-históricos, um ponto de contacto entre as raças brancas do continete e aquelas outras cujo centro de gravidade estava na África. A invasão árabe mais tarde, senhoreando o território luistano durante séculos; a expansão colonial do séc. XV que prolongou o contacto do portugueses com os mouros, e os estabelece com as populações negras da África; tudo isto veio naturalmente favorecer a plasticidade do português em presença de raças exóticas."




OU SEJA,


VIVA OS MOUROS!


VIVA A "CAPACIDADE DO PORTUGUÊS EM SE CRUZAR COM AS OUTRAS RAÇAS" KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK


Não é à toa que a marca da colonização dos portugueses nos países que passou é o carnaval, os doces e o catolicismo(com suas festas de comemoração aos santos - dia de são pedro, de são joão), como diz um amigo meu: ih, fia, é festa!









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