terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Escolasticídio em Gaza


Uma nova palavra emergiu da carnificina em Gaza: “escolasticídio” -- a sistemática destruição, realizada pelas forças israelenses, dos centros de educação queridos à sociedade palestina. O Ministério da Educação foi bombardeado, a infraestrutura do magistério destruída e as escolas em toda a Faixa de Gaza foram alvo de ataques aéreos, terrestres e marítimos.
“Aprenda, baby, aprenda” foi um lema do movimento de direitos civis dos negros nos guetos da América, uma geração atrás, mas ele também emblematiza a idéia de educação como pilar central da identidade palestina –- uma recompensa tradicional para o estudo, que é endurecida pela ocupação, algo que os israelenses “não toleram e tentam destruir”, de acordo com a Dra. Karma Nabulsi, que leciona política em St. Edmund Hall, Oxford. “Já sabíamos antes, e vemos mais claramente que nunca agora, que Israel está tentando aniquilar o palestino instruído”, diz ela.
Os palestinos estão entre os povos de mais instrução no mundo. Ao longo de décadas, a sociedade palestina – na Cisjordânia e em Gaza e esparramada pela diáspora – tem enfatizado singularmente o aprendizado. Depois das expulsões de 1948 e da ocupação de 1967, ondas de refugiados criaram uma intelligentsia palestina influente e uma presença marcante nas disciplinas de medicina e de engenharia no mundo árabe, na Europa e nas Américas.
Com a paciência obsessiva dos enlutados, vamos documentando os crimes de guerra, um por um. Dos mais perversos, sem dúvida, é o escolasticídio, a deliberada destruição das estruturas educacionais que a sociedade de Gaza, precária, mas competentemente, havia construído.


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