segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Cronologia do Ataque Israelita a Gaza

Cronologia dos acontecimentos

Nesta cronologia, procuramos relembrar os principais antecedentes do ataque israelita a Gaza: a imposição do bloqueio económico, o cessar-fogo entre Israel e o Hamas, e os fatos que levaram ao seu rompimento.

10 a 14 de Junho de 2007
Uma curta guerra civil é desencadeada em Gaza, com o Hamas a derrotar e expulsar do território os militantes armados da Fatah. No dia 14, o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, dissolveu o governo de unidade palestiniana do primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, e declarou o Estado de emergência. Gaza ficou sob controlo total do Hamas, e a Cisjordânia da Fatah. O Hamas terá decidido que não tinha alternativa senão destruir as forças de segurança da Fatah em Gaza, que receberam de Israel armamento moderno para combater o Hamas. Aos seus olhos, o ataque foi uma guerra preventiva.
Depois da vitória do Hamas, Israel fecha as fronteiras de Gaza, dizendo que as forças da Fatah tinham fugido e que não havia ninguém para controlá-las e dando início ao bloqueio a Gaza.

23 de Janeiro de 2008
Palestinianos fazem explodir o muro que marca a fronteira do Egipto com a Faixa de Gaza, do lado da cidade de Rafah, e atravessam-no em massa. A polícia egípcia não colocou obstáculos à sua acção, limitando-se a impedir o tráfico de armas. A fronteira ficou aberta durante 11 dias e apenas nos primeiros cinco foram gastos 250 milhões de dólares na cidade egípcia mais próxima, Arish. A 24, o Conselho de Direitos Humanos da ONU condena o bloqueio pela 15ª vez em dois anos, considerando-o punição colectiva. A 27, o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, promete que Israel não voltará a interromper o fornecimento de comida, combustível e medicamentos ao território.

19 de Junho de 2008
Entra em vigor o acordo para uma trégua entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. O acordo, alcançado com a mediação egípcia, estabeleceu o fim das operações militares e uma abertura progressiva das fronteiras da Faixa de Gaza, terminando o bloqueio que Israel impusera há um ano. O cessar-fogo era previsto para seis meses e pressupunha várias fases. Israel comprometia-se a não realizar incursões militares em Gaza e o Hamas a que não caíssem rockets artesanais Qassam no sul de Israel. Caso o cessar-fogo fosse cumprido, Israel comprometia-se a abrir gradualmente a fronteira de Karni, para que passassem mercadorias para o território.
Para uma segunda fase, estava prevista a libertação do soldado israelita Gilad Shalit, preso em Junho de 2006 por milicianos do Hamas, e a abertura da passagem de Rafah, fronteira de Gaza com o Egipto.

24 de Junho de 2008
Israel ataca Nablus, matando dois palestinianos, incluindo um comandante da Jihad Islâmica. Mais tarde, no mesmo dia, três rockets Qassam são lançados sobre Sderot, causando dois feridos ligeiros. A Jihad assumiu a responsabilidade pelos lançamentos, mas o Hamas pressionou a organização a cumprir o cessar-fogo. No dia 26, foi a vez de a Fatah lançar rockets.

25 de Agosto de 2008
Dois barcos fretados pela organização pacifista "Libertem Gaza" atracaram na Faixa de Gaza, desafiando o bloqueio decretado por Israel ao território. Foram recebidos por centenas de palestinianos eufóricos. O governo de Israel tinha ameaçado ter "todas as opções em aberto" para evitar o desembarque, considerado "uma provocação". Mas, "na hora H", mudou de opinião e não o impediu. Entre os 46 activistas que viajaram a Gaza - com nacionais de 14 países - estava uma freira católica de 81 anos, a jornalista britânica Yvonne Ridley e Lauren Booth, cunhado de Tony Blair. Os activistas foram recebidos pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, em clima de festa.

14 de Novembro de 2008
A agência da ONU de ajuda aos refugiados palestinianos (UNRWA) adverte que o encerramento das fronteiras imposto por Israel deixou os seus armazéns vazios, e que iria ter de suspender o fornecimento de alimentos a 750 mil palestinianos de Gaza que dela dependem. Apesar dos combates, que já duravam há 11 dias, nem o Hamas nem o governo israelita assumiram o rompimento da trégua.

4 de Novembro de 2008
A aviação israelita mata seis militantes do Hamas sob o pretexto de que estavam a escavar um túnel para capturar soldados israelitas. O Hamas considerou o ataque um maciço rompimento do cessar-fogo.

20 de Dezembro de 2008
O Hamas anuncia que não vai renovar o cessar-fogo porque Israel não cumpriu a sua parte e não acabou com o bloqueio a Gaza, para além da ajuda humanitária. Anunciou que retomaria o lançamento de rockets em direcção ao Neguev.

24 de Dezembro de 2008
O New York Times resumiu assim a situação que levou ao fim do cessar-fogo: "A abertura das passagens comerciais era o principal objectivo do Hamas no seu cessar-fogo com Israel, assim como o fim do lançamento de rockets era o principal objectivo de Israel. Mas enquanto que o lançamento de rockets decresceu dramaticamente de centenas mensais para 15 a 20 por mês, Israel disse que não permitiria a retomada do comércio porque o lançamento de rockets não tinha parado completamente e porque o Hamas continuava a contrabandear armas do Egipto através dos túneis no deserto. O Hamas disse que isto era uma violação do acordo, um sinal das intenções de Israel e a causa para novo lançamento de rockets."

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